terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Palavrinhas de Eduardo Galeano.

Estava eu, internetando um pouco e me deparei com uma entrevista de Eduardo Galeano. Confesso que até então não conhecia esse senhor. Depois vi mais coisas sobre ele, um escritor uruguaio que escreveu livros sobre a exploração imperialista dos Estados Unidos da América sobre a América Latina e sobre futebol também. Nessa entrevista a que me referi, ele disse algo que achei fantástico e que transcreverei agora:

Entrevistador: Eduardo Galeano, outra das frases, mensagens das concentrações nas praças de Catalunha, de Espanha, é essa "se não nos deixais sonhar, não os deixaremos dormir". Eu vou pedir-lhe agora, espero que concorde, fazer-nos sonhar com a leitura de um de seus textos.

Eduardo Galeano: Sim, sim ... vou ler uma palavrinhas que têm a ver com o direito de sonhar, com o direito ao delírio, a partir de algo que aconteceu comigo em Cartagena de Índias, há algum tempo, quando estava em uma universidade lhes dando uma palestra junto com um grande amigo, um diretor de cinema argentino, Fernando Birri. Então os jovens, os estudantes, faziam perguntas às vezes a mim, às vezes a ele. E foi para ele a mais difícil de todas. Um estudante levantou-se e perguntou: "para que serve a utopia?".
Eu olhei para ele com pena. Pensei: "está encrencado". E ele respondeu estupendamente da melhor forma. Ele disse: "A utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que não a alcançarei. Se eu ando dez passos, ela se afasta dez passos. Quanto mais a procuro, menos a encontro, porque ela vai se distanciando a medida que me aproximo. Boa pergunta, não? 'Para que serve a utopia?' Pois a utopia serve para isso, PARA CAMINHAR.

2 comentários:

  1. Sim, a utopia é o alimento essencial da caminhada a que chamamos de vida. E nunca se para de andar por não se saber o caminho ou por achar que a direção não é a certa. Apenas mudamos de direção ou inventamos um novo caminho. Mas nunca paramos de andar.

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    1. Pois é, mas há uma coisa que me incomoda nisso tudo. Não acho que haja algo utópico. Pois é, creio que seu rumo, seu norte, possa ser definido por uma ideia que quer ver implantada. Caso parta do pressuposto que ela é utópica, você está crendo que não será possível atingi-la.

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